sábado, 16 de junho de 2007

A regra é: NO exagero. NO overtrainning.


Nas minhas andanças virtuais, li um post no blog do jornalista Rodolfo Lucena (Folha Online) que será o assunto de hoje. Confesso que já exagerei, na época em que eu era mais nova, mas só aprendemos depois com o erro... e principalmente quando amadurecemos cada vez mais o nosso olhar de um modo geral . Vive-se sobre um prisma naquele momento e assim vai... as coisas mudam, o tempo passa, mudamos nossos conceitos, tornamo-nos mais espiritualizados e passamos a respeitar nosso corpo e mente a partir desses novos conceitos da vida. Não é uma questão momentânea; é algo que passa a dar outro rumo à nossa vida. O certo. O ideal. O segredo para uma vida serena.

Segue o texto abaixo:



"Radicais ameaçadores

Uma leitora perguntou: "Como é essa história dos radicais livres? Eu faço exercício para ficar mais viva e mais jovem, mas fico me envelhecendo por causa deles?" Não entendi nada e fui pesquisar a respeito. Encontrei na internet um documento produzido pela mestre em nutrição Cláudia Dornelles Schneider. Entrei em contato com ela, que atua na área esportiva há dez anos, acompanhando atletas de corrida, triatlo e praticantes de academia, e pedi uma colaboração especial para este blog. Muito gentilmente, a professora nutrição esportiva do curso de especialização da PUC/RS tirou um tempo de seus trabalhos na tese de doutorado que desenvolve na Escola de Educação Física da UFRGS e produziu o texto a seguir. Com certeza, será muito útil.

Os radicais livres de oxigênio são substâncias produzidas normalmente em nosso organismo, a partir do oxigênio que respiramos. Eles possuem papéis importantes de proteção, como por exemplo, o combate a bactérias. Por outro lado podem ser prejudiciais quando ocorre desequilíbrio no sistema pró-oxidante versus antioxidante, chamado de estresse oxidativo.
Quando temos mais oxidantes que antioxidantes, existe a produção de compostos tóxicos ou danosos aos tecidos, e é possível haver dano às membranas de nossas células. A teoria do envelhecimento precoce está associada a isso.
Isso pode ocorrer devido ao fato de termos uma dieta desequilibrada, pobre em nutrientes antioxidantes (vitaminas A, C, E, selênio), ou então quando formamos mais radicais livres do que somos capazes de combater.
Quando corremos, por exemplo, respiramos mais oxigênio do que em repouso, e, portanto, formamos mais radicais livres. Mas não podemos entender que o exercício é prejudicial, pois justamente um dos efeitos do treinamento é aumentar a atividade de algumas enzimas antioxidantes, como por exemplo, a enzima glutationa peroxidase.
Também não é qualquer intensidade ou duração de exercício capaz de provocar o estresse oxidativo. Os estudos têm mostrado que exercícios que levam o atleta à exaustão ou de longa duração (acima de duas horas) é que podem ser capazes de causar esse desequilíbrio.
A partir dessa afirmação, alguns pesquisadores sugerem que devemos aumentar o consumo de frutas e vegetais em nossa alimentação, pois existe uma relação entre o consumo desses alimentos e as concentrações sangüíneas de antioxidantes.
Muitos trabalhos publicados internacionalmente usam a suplementação de vitaminas (muitas vezes em altas doses) através de cápsulas para observar seu efeito sobre o estresse oxidativo decorrente do exercício. Sabe-se que as vitaminas A, C e E agem como antioxidantes, mas é importante ressaltar que essas mesmas vitaminas, quando ingeridas em altas doses, são capazes de exercer o efeito contrário, ou seja, aumentar o estresse oxidativo.
Devemos sempre respeitar uma das leis da nutrição que é evitar o exagero.
Os nutrientes antioxidantes provenientes da dieta alimentar são necessários em pequenas doses. Além disso, é importante lembrar que os antioxidantes agem em conjunto. A vitamina E em geral é a primeira a ser atacada pelos radicais livres. Ela neutraliza o radical livre e, a partir daí, torna-se ela própria um radical livre menos reativo que o anterior. Logo em seguida, a vitamina C age, regenerando a vitamina E, e torna-se também um radical menos reativo que o anterior e assim sucessivamente.
Assim, podemos concluir que de nada adianta tomar uma megadose de vitamina C se não tivermos vitamina E suficiente.
Alimentos fonte destes nutrientes: Vitamina A: frutas e vegetais de cor alaranjada ou verde-escuro, como cenoura, mamão, couve e abóbora. Vitamina C: laranja, kiwi, tomate, brócolis, bergamota/mexerica, acerola, limão. Vitamina E: está associada aos óleos como oliva, canola, girassol, milho e soja, às frutas oleaginosas e também está presente no germe de trigo.
Outro detalhe importante é que as frutas e verduras contêm outras substâncias com capacidade antioxidante muito maior que as próprias vitaminas, entre elas podemos citar os flavonóides.
Para alcançar o benefício dos antioxidantes, as frutas e verduras devem ser consumidas diariamente dentro de uma dieta equilibrada, adequada à planilha de treinamento do atleta.
Muito esforço tem sido feito para determinar qual a dose e a combinação ideais de antioxidantes necessários para evitar o dano provocado pelos radicais livres. Infelizmente, ainda não existe nenhum consenso sobre o assunto, já que algumas pesquisas apontaram efeitos pró-oxidantes desses nutrientes.
O exercício pode aumentar a necessidade de algumas vitaminas e minerais, contudo tal necessidade pode ser alcançada com uma dieta balanceada baseada em uma variedade de alimentos.
A recomendação de institutos ligados ao esporte, como o Colégio Americano de Medicina do Esporte, Instituto Australiano do Esporte e do Comitê Olímpico Internacional, é de que os atletas devem aderir às recomendações de ingesta de frutas e vegetais da população em geral, e que o atleta deve obter assistência de um nutricionista do esporte qualificado para lhe fornecer uma dieta individualizada.
Poucos estudos avaliaram o papel de dietas ricas em nutrientes antioxidantes como forma de proteção, provavelmente devido ao fato de ser mais fácil e prático tomar uma cápsula em lugar de comprar, lavar, carregar e comer frutas ou verduras.
Nesse sentido, desenvolvemos uma pesquisa de doutorado com atletas de triatlo para avaliar o efeito e a diferença entre comer uma dieta rica em vitaminas A, C e E e a suplementação em cápsulas dessas mesmas vitaminas. A pesquisa está sendo realizada na Escola de Educação Física da UFRGS, encontra-se na fase final e em breve os dados serão publicados. (Cláudia Dornelles Schneider)" - (22/05/07)

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