Onde estou nesse momento?
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Na primeira vez em que viajei para Itatiaia (RJ -MG -SP), no carnaval de 2002, lembro-me que na entrada do parque recebi cordialmente milhares papéis, folhetos com instruções e adesivos regulamentados em projetos ambientais. A maior parte que chegou em minhas mãos estava fundamentado na educação ambiental do Parque Nacional de Itatiaia.
Fiquei encantada ao ver toda aquela preocupação com o meio ambiente, guardas florestais devidamente uniformizados, extrema limpeza e organização.
Nessa época, os termos sustentabilidade e responsabilidade ambiental eram quase desconhecidos e ser recebida com uma enxurrada de panfletos e recomendações seria mesmo, na minha opinião, um marco na consideração de um parque de 1° mundo.
Subi de carro munida de saquinhos para recolher o lixo (porque também foram distribuídos), encantada com as paisagens deslumbrantes e testemunha de trocentos guardinhas ao longo do (árduo) caminho.Contudo, fiz automaticamente uma comparação ao Parque Nacional da Tijuca onde uma a cada cinco pessoas vai sem nenhum recurso ou serviço de conscientização, já com o intuito de infringir as leis da natureza.
Cheguei perto. Já no topo do deck.
A flor escondida entre as plantas chama a atenção pela sua cor e pelo vai-e-vem das abelhas.
Sentindo-me atraída por aquele trabalho de conservação e vendo os visitantes cumprindo as sinalizações e critérios, seguir as regras básicas de conduta foi algo bem espontâneo, prazeroso e transformado em um grande aprendizado.
Deitei na pedra e esperei pela festa das abelhas. Mesmo numa posição muito desfavorável, registrei o momento certo da comilança das bichinhas...
Quando visitei o parque pela segunda vez, já vi uma cena completamente diferente: funcionários em greve e um total descaso com a unidade de conservação. O parque estava fechado e já dava sinais de um discreto abandono.
O tempo passa... e mediante toda essa preocupação e divulgação, o que levaria um sujeito a praticar um crime ambiental? Perdido? Ato de desespero? Diversão?
Todavia, lembrei-me de um daqueles avisos que recebi e guardei numa espécie de scrapbook. Abri com dificuldade para reler pois estava velhinho (esses assuntos nunca saem de moda), ciente também de que conhecimento deve ser repassado...
Ensinaram-me a:
EVITAR: fogo e fogueiras; barulho, buzinar e som alto; não saia das trilhas ou dos pontos de visitação; pichar, escrever, riscar, danificar imóveis, placas, pedras e árvores; lavar utensílios e roupas nos rios.
Coletar: plantas, frutas, flores e animais
Retirar: pedras
Perseguir: animais
Jogar: lixo em locais não apropriados
Usar: shamppo, óleos e sabonete
Dirigir: em velocidade superior a 40 km/h
Obs.: "QUALQUER desobediência a estas normas acarretará em multa"
(Projeto Montanha Limpa)
Com todas informações disponíveis nas mídias e grande abrangência nos conteúdos da atualidade, o indivíduo não tem desculpa para tal desleixo. Os pais precisam fazer sua parte. Os colégios necessitam de mais rigor/vigor na questão ambiental. Pessoas de ambas classes sociais precisam ter mais contato com a natureza, entender as razões e os cuidados com a preservação. A internet ampliou horizontes e consciências.
E o fulaninho das couves continua sem entender: imediatista e sem planejamento, causa um acidente sem noção das consequências.
Biodiversidades são prejudicadas. Vários hectares destruídos. Empobrecimento do solo.
Será que um ser humano desses não se preocupa com a sua geração? Aposta na sorte. Não se preocupa com o futuro. Sem noção da gravidade e reversão.
Mesmo assim, um sujeito desses ainda nos faz refletir e acreditar que tenhamos esperança de um mundo melhor.
Fotos:
Trilhasemfronteiras